Com certeza, no intuito de trazer mais esclarecimento sobre o assunto, o Codificador do Espiritismo volta a perguntar: Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? – E os espíritos respondem com sabedoria: ”preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”. (O Livro dos Espíritos, questão 359).
A resposta é de clareza solar: se o aborto é para salvar a vida da mãe, só e unicamente neste caso, é permitido. Qualquer outro tipo de aborto, provocado voluntariamente, é criminoso.
Todavia, não se confunda evitar filhos para controle da família, com abortá-los. E embora determina a Bíblia: “crescei e multiplicai-vos”, temos que fazer bom uso do livre-arbítrio e da razão, com o devido respeito às condições econômico-financeiras de cada um. Assim, os casais, a fim de não incorrerem na prática do aborto criminoso, podem adotar, para controle da natalidade, os métodos naturais e os recomendados pelos médicos à saúde.
Mas que razões levam as criaturas à pratica do aborto? Os pretextos são os mais diversos: aumento descontrolado da população mundial, medo da censura social ao filho bastardo, ocultação de relacionamentos amorosos ilegais, dificuldades econômicas, preconceitos sociais, prostituição e outros [1].
Ora, erros não podem justificar erros. Não é verdade? Podemos aceitar aquelas razões como dificuldades e, como tais, admiti-las como provas a serem superadas tranquilamente, sem que seja necessário a prática do aborto.
Sobejamente provado está que o aborto provocado é a grande tragédia dos tempos modernos.
Mas, enfim, que implicações, que comprometimentos traz o aborto delituoso para o futuro espiritual daqueles que o praticam?
Ensina o Espiritismo que o aborto provocado acarreta para o Espírito encarnado (a mulher) implicações ou consequências espirituais profundamente desastrosas.
Temos em mãos o livro de André Luiz “Ação e Reação”, psicografado por Chico Xavier, em que um médico da Espiritualidade diz: “A mulher que promove (o aborto) ou que venha a coonestar[2] semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarto uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder perante a Justiça Divina pelo crime praticado”. [3]
Como vemos, é sábia a orientação do irmão espiritual. Mas, não é tudo. E o processo obsessivo a que está sujeita a criatura que pratica o aborto?
Os Espíritos, impedidos pelo aborto de retornarem à vida física, se sentirão frustrados e, assim, provavelmente perseguirão aquela que seria sua mãe, seu pai e outros que participaram do ato criminoso.
A obsessão inicia-se nesta existência e às vezes, passa para futuras encarnações. É o cumprimento da Lei de Causa e Efeito. [4]
DEUS é AMOR, mas também é justiça. Suas leis são justas, perfeitas e sábias. Delas, ninguém jamais poderá fugir.
Severino Barbosa
O Espiritismo e a Indústria do aborto
Extraído da Revista Internacional de Espiritismo
Ano LXXIV – nº 12 – Matão, Janeiro, 2000
Página 563
Observações do Blog:
[1] Apesar do texto ser dos anos 2000, o conteúdo continua extremamente atual. Hoje em dia algumas mulheres, com o intuito de exercerem determinadas ações que antes eram exclusividade social dos homens, aderem à ideia de legalidade total do aborto (a legislação brasileira atual permite apenas em casos específicos) a fim de praticarem uma “liberdade” que se iguala ao machismo que tanto combateram.
[2] Dar aparência de honesto ou de conformidade com a honra
[3] As implicações Cármicas não atingem somente a mulher mas, a todos os envolvidos no ato, cada um com o seu grau de responsabilidade e consciência.
[4] Tudo depende da condição evolutiva da entidade que iria reencarnar, se for um espírito mais evoluído a sua capacidade de perdoar minimizará a frustração e a revolta, se for ainda atrasado moralmente, poderá realmente voltar-se contra aqueles que seriam seus parentes.
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