“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

OS SADUCEUS E A IMORTALIDADE DA ALMA


         “E que os mortos hão de ressuscitar, tambem o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de Mortos, mas de vivos, porque para Ele vivem todos.”

Jesus (Lucas 20:37,38)¹

         Os Saduceus eram um pequeno grupo religioso da Judéia na época de Jesus. Reduzidos em número mais influentes, constituíam uma confraria de homens ricos e poderosos que exerciam um judaísmo materialista, que embora admitissem a existência de Deus, negavam a existência da alma e sua imortalidade e por consequência a Ressurreição [2], admitiam apenas os livros da “Torá”, que são os cinco primeiros livros da Bíblia que chamamos “Pentateuco” e desprezavam os demais livros, inclusive dos profetas.
         Os Saduceus levaram a Jesus uma questão acerca da Ressurreição dos mortos: se uma mulher casou-se com sete maridos, e todos morreram inclusive ela no final, na ressurreição com qual dos maridos ficará a mulher? Jesus respondendo a pergunta demonstrou-lhes que a ressurreição seria de ordem puramente espiritual e não física, dizendo: “os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos nem hão de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer, pois são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” [3]
         Com relação aos mortos, Jesus lembrou-lhes as palavras dirigidas a Moisés no trecho da Sarça onde Deus falando através de um espírito superior (o anjo do Senhor), diz: “Eu sou o Deus de teus pais, O Deus de Abraão, O Deus de Isaque e o Deus de Jacó” [4], demonstrando a esse grupo materialista que a crença na sobrevivência e imortalidade da alma estava dentro da própria Torá.
         No diálogo com Moisés, Deus por intermédio do anjo, não diz que FOI o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, Ele afirma que É (Eu sou), mostrando que aqueles antigos patriarcas estavam vivos, existiam. E para ser melhor compreendido Jesus acrescenta: “ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para Ele vivem todos”, isto é, a morte sendo apenas uma passagem, os vivos, estejam nos planos material ou espiritual, permanecem sempre sob as vistas do  Criador.
         Infelizmente, ainda hoje existem algumas ramificações dentro do cristianismo que, por uma interpretação errônea da Bíblia, não admitem a imortalidade da alma, são os novos Saduceus.  O Espiritismo, como outrora o Cristo, vem nos esclarecer que não somos simplesmente criaturas materiais, fadadas a desaparecer com a morte. Mas seres espirituais habitando temporariamente em corpos físicos destinados a felicidade e a vida.


Jefferson Moura de Lemos



Referências:

[1] Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida. Ed. 1995 São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.
[2] (Atos 23:7-8)
[3] (Lucas 20: 27-36)
[4] (Êxodo 3:6) 

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