Muitas pessoas hoje em dia andam preocupadas com o perigo do materialismo, principalmente no âmbito científico. Apesar de ser uma preocupação legitima e realmente inquietante, devemos nos acalmar e trabalhar para que o materialismo possa perder força, utilizando para isso a lógica dos postulados espiritualistas, o amor fraternal e o estudo e divulgação dos diversos fenômenos que diariamente comprovam a existência de uma ambiência extrafísica ou espiritual, que vai muito além do que a metodologia cientifica atual consegue alcançar por enquanto.
Deus estando no controle de todas as coisas, nos permite crescer e evoluir, embora lentamente, pelas vias do livre arbítrio, num processo de erros e acertos. O materialismo e até mesmo o ateísmo fazem parte desse processo de crescimento. Vejamos o seguinte:
O próprio Darwin que descobriu o mecanismo evolutivo da seleção natural, inicialmente era uma pessoa religiosa e depois tornou-se agnóstica, tomando um caminho que parece-me ser uma consequência inevitável na maioria dos casos. Pois, quando se confronta as descobertas cientificas com os os mitos de origem das diversas religiões tradicionais, o cientista defronta-se com uma escolha difícil: conforma-se com a explicação religiosa convencional e aceita o mito em detrimento aos fatos ou rejeita a mitologia e admite o que a natureza está expondo a mancheias aos seus olhos e instrumentos tecnológicos.
Nesse impasse, o cientista extrapola para os extremos do materialismo e do ateísmo e quando muito torna-se um agnóstico.
Exatamente por isso, nessa fase evolutiva do conhecimento humano o Espiritismo surgiu no momento propicio para contrabalançar essa tendência materialista da ciência, descortinando o mundo espiritual e demonstrando que a Evolução aleatória e unicamente material é apenas aparente, pois os Espíritos do Senhor estão na condução de todo o processo evolutivo em todos os reinos da natureza, inclusive no hominal.
Todavia, penso que naquele momento do século XIX com a aceleração das descobertas científicas era preciso um certo afastamento da ciência das amarras pensamento religioso de então e ainda hoje torna-se necessário. Porque se pensarmos direitinho, se a ciência ainda sofresse a influência das diversas religiões tradicionais que existem no mundo, que são milhares, não haveria concordância e coerência no pensamento científico mundial. Pois, cada cultura forçaria a ciência que estava sobre a sua influência, a aceitar e adaptar as suas descobertas às sua “verdades” religiosas e aos ditames de suas doutrinas.
Estando o pensamento cientifico longe o quanto for possível, de todas as influências religiosas e culturais, pode racionalizar e desenvolver seus postulados de modo mais livre e independente. Mesmo sendo assediado pelo materialismo, no futuro a ciência e o Espiritismo na sua vertente científica e também outros pesquisadores espiritualistas sérios, forçosamente convergirão e se unificarão. Tudo uma questão de tempo, do progresso das idéias e dos aparatos tecnológicos.
Embora à primeira vista não pareça, tudo inevitavelmente concorre para os propósitos de Deus e dos Espíritos trabalhadores da Seara Divina.
Jefferson Moura de Lemos
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