“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

domingo, 5 de junho de 2022

O ESPIRITISMO PERANTE A CIÊNCIA E A RELIGIÃO

 

O Espiritismo surgiu em meados do século XIX na França, despontando entre dois extremos: o dogmatismo religioso e o materialismo científico. A ciência libertava-se aos poucos das amarras religiosas que por muito tempo há prendiam, mas, por outro lado, abraçava um ceticismo que aproximava vários pensadores e pesquisadores do ateísmo e do agnosticismo, consequência da dificuldade de se conciliar as novas observações e descobertas aos conceitos teológicos tradicionais.

Nesse sentido, a Doutrina Espírita veio demonstrar para o meio religioso, que a ciência era absolutamente necessária para se estudar o livro da natureza, e que através de sua metodologia, muitas verdades que não se encontravam nas escrituras seriam descobertas e engrandeceriam a própria religião, mesmo contrariando muitos dos paradigmas que foram estabelecidos pela apreciação literal dos registros bíblicos.

Ao ceticismo científico o Espiritismo veio apresentar ocorrências insólitas que fugiam do seu escopo de pesquisa. Levantando assim, o véu de um mundo invisível mais real, que pairava entre a crendice ingênua para alguns materialistas e o distúrbio psicológico para outros. Pois até mesmo, entre muitos religiosos daquela época e ainda nos tempos atuais, o mundo espiritual não passava de fábulas ou figuras ou quando muito, algo impossível de se averiguar, ficando limitado às páginas dos livros sagrados e visões dos místicos.

Pelas pesquisas espíritas, muitos sábios e cientistas sinceros ficaram convencidos da veracidade dos fenômenos espirituais relatados nas diversas literaturas religiosas. Deixando de serem meras narrativas imaginosas para serem manifestações de uma realidade que podia ser estudado nos tempos atuais. Entre esses pesquisadores podemos destacar: Victor Hugo, Alfred Russel Wallace [1], William Crookes, Cesare Lombroso, Ernesto Bozzano, Alexandre Aksakof, Hernani Guimarães Andrade [2], Hermínio Corrêa de Miranda, entre muitos outros.

Existe toda uma vasta literatura desses pesquisadores, inclusive com livros disponibilizados em PDF na internet, que deveria ser lida e estudada por todos os espíritas com enorme proveito tanto para o principiante quanto para o espiritista mais experiente.

Desse modo, o mundo espiritual deixava de ser sobrenatural para ocupar o seu lugar nas causas naturais, fazendo parte da natureza e regida por leis ainda desconhecidas pelos homens mas que, não deixava de fazer parte do mundo natural. Vários desses valorosos estudiosos, por se ocuparem do estudo dos fenômenos espíritas abraçando a observação racional dos fatos mediúnicos, foram infelizmente ridicularizados, todavia, nem o ceticismo do meio científico e a intransigência da esfera religiosa tradicional, conseguiram desestabilizar os resultados dessas pesquisas até os dias atuais.




[1] Pai da Biogeografia e Co-descobridor da Teoria da Evolução com Charles Darwin.

[2] Engenheiro e parapsicólogo espírita brasileiro. Fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP)



Jefferson Moura de Lemos


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