“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

JUDAS MACABEU E A COMUNICAÇÃO DOS ESPÍRITOS

      
                                                                      
          “… referiu-lhes ainda um sonho digno de fé, uma espécie de visão, que os alegrou a todos.
         Ora, este foi o espetáculo que lhe coube apreciar: Onias, que tinha sumo sacerdote, homem honesto e bom, modesto no trato e de caráter manso, expressando-se convenientemente no falar e, desde a infância exercitado em todas as práticas da virtude, estava com as mãos estendidas, intercedendo por toda a comunidade dos judeus. Apareceu a seguir, da mesma forma, um homem notável pelos cabelos brancos e pela dignidade, sendo maravilhosa e majestosíssima a superioridade que o circundava. Tomando então a palavra, disse Onias: Este é o amigo de seus irmãos, aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa, Jeremias o profeta de Deus.

         Estendendo, por sua vez, a mão direita, Jeremias entregou a Judas uma espada de ouro, pronunciando estas palavras enquanto a entregava: Recebe esta espada santa, presente de Deus, por meio da qual esmagarás teus adversários!”

 (2 Macabeus 15:11-16)¹



          O livro dos Macabeus (I e II) descreve a luta dos Judeus, na época sob domínio da dinastia helênica dos Selêucidas, contra a imposição da religião politeísta Grega. Antíoco Epífanes (175-163 A.C.) empenhou-se em abolir as leis, os usos e costumes de Israel, causando a indignação em muitos judeus que se revoltaram. Entre esses estavam o sacerdote Matatias e seu filho Judas cognominado “Macabeu” (martelo) apelido que passou a designar os seus irmãos e todos os que o seguiam.
         Nos versículos acima, extraídos do segundo livro dos Macabeus na Bíblia Católica Romana, os Espíritos do sacerdote Onias e do profeta Jeremias apareceram em sonho a Judas que era o comandante do exército Judeu.
         O sacerdote Onias, foi contemporâneo de Judas e havia sido assassinado injustamente [2], enquanto o profeta Jeremias viveu uns 400 anos antes daquela época sendo o autor do “livro de Jeremias” também no antigo testamento.
         Esse episódio demonstra a continuidade da vida após a morte e a comunicação dos Espíritos na própria Bíblia. Relatos de pessoas que tiveram encontros com seus parentes desencarnados principalmente em sonho são abundantes em todas as crenças, sobretudo entre os católicos. Confirmando que o intercambio entre encarnados e desencarnados é um fenômeno universal e natural.
         Vemos nos seguintes trechos: “Onias,… estava com as mãos estendidas, intercedendo por toda a comunidade dos judeus.” E “Este é o amigo de seus irmãos, aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa, Jeremias o profeta de Deus.” Que os Espíritos continuam preocupados com suas afeições ou por aqueles que cultivam os mesmos ideais que os animaram na terra. E se são bons oram e intercedem pelos que ficaram. Em completa concordância com a doutrina Espírita [3].


         Jefferson Moura de Lemos


Referências:

[1] A Bíblia de Jerusalém – Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus.  7ª impressão: Julho de 1995.
[2] (2 Macabeus 4:30-38)
[3] (Ver “O Livro dos Espíritos” questões 297, 314 a 317 e 402)


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