“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A BÍBLIA E O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


        

          “Porque, em parte conhecemos e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.”

(1 Coríntios 13: 9,10)¹


         


          Geralmente os adeptos de outras denominações do cristianismo afirmam errôneamente que o Evangelho Segundo o Espiritismo é a Bíblia dos espíritas, como se o Espiritismo rejeitasse a Bíblia trocando-a pelo seu evangelho.
          Contrariamente a essa opinião o Espiritismo vê a Bíblia como um manancial de ensinamentos que podem ser estudados pelo espírita com proveito para a sua educação espiritual. Todavia, somos conscientes que além dos ensinos morais que ela contém, existem outros que não mais se coadunam com os tempos atuais e todos os estudiosos não fanatizados estão cônscios dessa verdade.
           Quem hoje poderia, seguindo as orientações do apóstolo Paulo [2], proibir uma mulher de falar ou pregar numa instituição Cristã ou impor como lei alguns dos estatutos contidos no Deuteronômio como, por exemplo: “Quando homens estiverem brigando – um homem contra seu irmão – e a mulher de um deles se aproxima para livrar o marido dos socos do outro, e estende a mão, agarrando-o pelas suas vergonhas, tu cortarás a mão dela. Que teu olho não tenha piedade!” [3] essas passagens bastam para demostrar que a Bíblia não é infalível, devendo-se separar o que é de Deus, isto é, de inspiração divina e o que é humano e temporário.
          Os orientadores espirituais informaram a Kardec que: “Todas as verdades se encontram no Cristianismo, os erros que nele se enraizaram são de origem humana” [4].  Assim, foi com este pensamento que o codificador escreveu o Evangelho Segundo o Espiritismo, a fim de dar maior relevância ao aspecto moral da Bíblia e em particular dos evangelhos. Por isso, o evangelho que utilizamos não substitui as escrituras, mas traz máximas de moral prática facilitando o entendimento da mensagem Cristã.
          O Espiritismo é a continuação das duas revelações que constituem a Bíblia e o próprio Evangelho S. o Espiritismo aponta essas revelações como sendo as bases religiosas no qual a Doutrina se apoia.  
          O Antigo Testamento contém os princípios da Primeira revelação da Lei de Deus trazida por Moisés o grande revelador do monoteísmo: “Deus é único, e Moisés o Espírito que Deus enviou com a missão de fazê-lo conhecer, não somente aos hebreus, mas tambem pelos povos pagãos.” [5]            
          O Novo Testamento constitui a Segunda revelação, contendo a vida, as palavras e os exemplos de nosso Senhor Jesus, que consideramos o ser mais perfeito que já visitou este orbe: “O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais sublime: a moral evangélica, cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos…” [6]
          Assim sendo, o Espiritismo é a terceira revelação da Lei divina: “Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento”, tambem o Espiritismo nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito em forma alegórica.” [7]
          Os escritos bíblicos permeiam Todos os livros de Allan Kardec que compõem a codificação Kardequiana. Embora a maioria dos espíritas não tenha o hábito de ler a Bíblia diretamente, diversos espíritos superiores vêm comentando as escrituras em diversos livros psicografados, como exemplo podemos citar o livro “Pão nosso” do espírito Emmanuel.
          Enfim, O Evangelho Segundo o Espiritismo não é outra Bíblia, tambem não é outro Evangelho é o mesmo Evangelho de Jesus, apenas comentado pelos espíritos visando o melhor entendimento das suas instruções morais e apresentando questões doutrinárias que não puderam ser desenvolvidas pelo divino mestre naquela época. [8] 


Jefferson Moura de Lemos






Referências:

[1] Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida. Ed. 1995 São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.
[2] 1Coríntios 14:34-35
[3] Deuteronômio 25:11,12
[4] O Evangelho S. o Espiritismo cap. 6 item 5
[5] Um Espírito Israelita, O Evangelho S. o Espiritismo cap. 1 item 9
[6] idem
[7] idem
[8] João 16:12

Nenhum comentário:

Postar um comentário