“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

sábado, 29 de julho de 2023

A MEDIUNIDADE ENTRE OS EVANGÉLICOS PENTECOSTAIS PARTE 3

Esta terceira parte [1] é na verdade uma reedição de outro artigo que fiz sobre o passe espírita, todavia o relato encaixa-se perfeitamente no tema em tela, acrescido de  maiores informações sobre o fenômeno medianímico[2] que é o passe e a imposição de mãos utilizado nos meios evangélicos pentecostais.  

Sendo assim, o que vou relatar foi um episódio ocorrido com um pastor, cliente  da loja já citada nos artigos anteriores do mesmo tema, líder de uma pequena Igreja Pentecostal. O fato ele mesmo me contou em uma de nossas conversas, pois com o tempo foi-se criando uma amizade entre o pastor e os funcionários da loja, em vista disso, os diálogos sobre religião surgiam de vez em quando, todavia, sem afetações ou discussões.  

Mas, antes da narrativa é preciso esclarecer alguns pontos importantes sobre o passe espírita, conteúdo que será imprescindível para o entendimento da exposição.  

O passe é uma doação de energias sutis. Pela imposição de mãos, fluídos salutares, são transferidos através do médium ao paciente, revigorando e proporcionando benefícios para a pessoa que o recebe de modo integral.

Esses fluidos podem ser constituídos apenas das energias doadas pelos espíritos do bem (passe espiritual), apenas pelo magnetismo (fluido vital) do próprio médium (passe magnético) ou pela combinação dos dois (passe misto) que é o mais comumente utilizado nos Centros Espíritas.

No momento do passe é necessário que a pessoa que vai recebe-lo tome uma atitude de sintonia com o alto, é um momento de oração silenciosa e de confiança em Jesus. A espiritualidade superior, atuando por intermédio do médium passista, necessita que o paciente estabeleça um elo de ligação através da fé,  para que os fluidos possam ser melhor assimilados.        

Sendo o instante do passe um momento de relação íntima com os Espíritos do Senhor, faz-se indispensável que o passista mantenha por sua vez os pensamentos vigilantes e elevados, através do amor, do perdão e da caridade.

Pois bem, segundo disse o pastor, numa noite de culto de libertação como se diz no meio pentecostal, o reverendo, a fim de afastar Espíritos ignorantes[3] incorporados em algumas pessoas presentes, iniciou um trabalho de imposição de mãos na cabeça dos necessitados. Então, ao término dos trabalhos o jovem líder estava exausto. No dia seguinte, parecia-lhe (assim disse ele) “que havia descarregado um caminhão de pedras”.

O que teria acontecido com este meu amigo, seareiro protestante? Imediatamente relacionei o ocorrido aos os meus estudos na Doutrina Espírita acerca do passe e o diagnóstico não foi outro: fadiga fluídica! Isto é, doação de fluido vital em demasia.

Algumas vezes, pessoas portadoras de desequilíbrios espirituais estão com déficits de fluidos vitais, nesse caso, ao receberem uma imposição de mãos essas energias são repostas reequilibrando o individuo, mas, exigindo muito do doador, principalmente ser houverem uma quantidade grande de necessitados, todavia como em tudo, cada caso e um caso. Entretanto, é muito provável que é o que deve ter acontecido ao amigo pastor, médium passista pentecostal, se podemos denomina-lo assim.

É comum algumas pessoas admirarem-se pelo fato de o passe Espírita geralmente empregar certos movimentos específicos, ao contrário da simples imposição de mãos. Acontece que cada um deles tem o seu objetivo, facilitando o trabalho de ajuda, principalmente os chamados dispersivos (que visam dispersar os fluidos deletérios) e depois faz-se a imposição de mãos, auxiliando justamente a diminuir possibilidade de haver a fadiga fluídica, pois a absorção dessas energias será mais fácil e com menores perdas.

Dependendo do número de pacientes pode-se aplicar somente dispersivos ou aumentar o número deles em relação à imposição para a doação fluídica.    

Se o caro amigo pastor houvesse estudado o passe espírita, teria aplicado dispersivos, minimizando muito o risco da fadiga. As transferências de energia tanto num centro Espírita, quanto numa Igreja ou em qualquer outro local religioso, acontece sob os mesmos princípios, principalmente quanto às leis de afinidade.

Quando o local visa sempre o bem e a luz sempre estará sob os auspícios da espiritualidade superior, representantes de Deus e  de Jesus.  

Se o lentor quiser maiores esclarecimentos sobre o tema é interessante e indispensável a leitura de  livros especializados como o “O Manual do Passista” do pesquisador espírita Jacob Melo, também autor de outros livros sobre a temática do magnetismo animal e do passe, bem como de muitos outros pesquisadores.


 

Jefferson Moura de Lemos




[1] Ver os artigos: A mediunidade entre os evangélicos pentecostais e a mediunidade entre os evangélicos pentecostais parte 2

[2] Combinação de animismo (energias ou sensibilidades do próprio médium) com o mediunismo.

[3] Demônios, no linguajar protestante. 

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