“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PREEXISTÊNCIA DA ALMA

    “Eu era um jovem de boas qualidades, coubera-me por sorte, uma boa alma. Ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha.”

(Sabedoria 8:19)¹

         O livro da Sabedoria é parte integrante do Antigo Testamento na Bíblia Católica Romana. Escrito em grego na segunda metade do século I a.C. (antes de Cristo), foi utilizado pelos padres desde o século II d.C., sendo reconhecido pela Igreja como inspirado da mesma forma que os livros hebraicos.
         O seu autor, mesmo tendo sido um Judeu helenizado de Alexandria (cidade fundada por Alexandre o Grande no Egito), permaneceu fiel ao Judaísmo.
         Na passagem em tela (atribuída pelo escritor ao rei Salomão), ele demonstra de modo bastante explicito a sua crença na imortalidade e na preexistência da alma, isto é, que a alma já existia moral e intelectualmente completa antes do nascimento.
         Podemos ainda perceber de modo implícito a doutrina da reencarnação quando afirma: “Ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha” colocando como a causa de ter nascido saudável  e com o corpo físico sem defeitos a sua bondade anterior ao nascimento. Ora, essa bondade só poderia ser conseguida em vivencias passadas.
         Ensinamento semelhante está no livro de Jeremias 1:5. Portanto a doutrina da preexistência da alma e fundamentalmente Bíblica e uma das bases doutrinarias do Espiritismo. 
          Allan Kardec [2] pergunta aos espíritos superiores na questão 361 acerca das faculdades morais e intelectuais do espírito reencarnado:

P- de onde vêm, para o homem, as qualidades morais, boas ou más?
R- são as do Espírito que está encarnado nele; quanto mais o Espírito é puro, mais o homem é guiado para o bem.
P- Parece resultar disso que o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, e o homem viciado a de um mau Espírito?
R- Sim, mas dize antes que é um Espírito imperfeito, de outra forma poder-se-ia crer em Espíritos maus, os que chamais demônios.



Jefferson Moura de Lemos


   

Referências:

[1] A Bíblia de Jerusalém, Sociedade Bíblica Católica Internacional. 7ª impressão: Julho de 1995.
[2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução: Salvador Gentile, Revisão Elias Barbosa. Araras, SP, IDE, 82ª edição, 1994.

Nenhum comentário:

Postar um comentário