“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

domingo, 15 de janeiro de 2012

O MITO DA CRIAÇÃO - O Segundo dia


       Deus disse: “Haja um firmamento no meio das águas, e que ele separe as águas das águas, e assim se fez.”. – “Deus fez o firmamento, que separou as águas que estão sob o firmamento das águas que estão acima do firmamento.”
       “Deus chamou ao firmamento “Céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia.”

Gênesis 1: 6-8

          Já vimos nos comentários sobre o Primeiro dia da Criação que, segundo a crença dos hebreus daquela época, o universo era aquático. Um imenso reservatório de água. Deste modo, para separar esse enorme volume de água foi preciso criar algo que expandindo-se em forma de arco, segurasse  as águas em cima. Era o firmamento, que no original hebraico chama-se Ráquia significando uma expansão sólida, alguma coisa sólida que se dilata.     
          Quando nos encontramos numa praia observando o horizonte, o céu azul aparece às nossas vistas como se estivesse tocando as águas, assemelhando-se a uma grande cúpula. Impressão semelhante temos quando observamos de uma planície, só que ao contrario da praia, a cúpula celeste parece assentar as suas bordas sobre a terra.
          Essa ilusão de ótica acontece devido à esfericidade do planeta e aos gazes que compõem a atmosfera, deixando o céu azul e em forma de abóbada. Coisa que os antigos ainda não conheciam. Daí acreditarem, tomando a aparência pela realidade, que o céu era realmente uma cúpula constituída de matéria solida.

        “Por se mostrar sob forma côncava, o céu, na crença vulgar, era como uma abóbada real, cujos bordos inferiores repousavam na terra e lhe marcavam os confins, vasta cúpula cuja capacidade o ar enchia completamente. Sem nenhuma noção do espaço infinito, incapazes mesmo de o conceberem, imaginavam os homens que essa abóbada era constituída de matéria sólida, donde a denominação de firmamento que lhe foi dada e que sobreviveu á crença, significando: firme, resistente (do latim firmamentum, derivado de firmus e do grego herma, hermatos, firme, sustentáculo, suporte, ponto de apoio). Allan Kardec ” A Gênese – Antigos e modernos sistemas do mundo” cap. V, iten 3
         
Vejamos alguns versículos que confirmam essa ideia:

 “Ou estendeste com ele o firmamento, que é sólido como espelho fundido?” (Jô 37:18) – (…) “Ele passeia pela abóbada do céu.” (Jô 22:14) – “sobre a cabeça dos seres viventes havia algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante que metia medo, estendido por sobre a sua cabeça.” (Ezequiel 1:22) – “Ele é o que edifica as suas câmaras no Céu, a sua abóboda fundou na terra.” (Amós 9:6)  

         Depois de criado o firmamento ou abóbada celeste, é denominado por Deus de Céu ou Céus (no original hebraico Shamaim – lá tem águas) como no Salmo 148:4 “Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão acima do firmamento”.



 Jefferson Moura de Lemos

Nenhum comentário:

Postar um comentário