“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

JESUS E A REENCARNAÇÃO DO PROFETA ELIAS


“Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.”

(Mateus 17: 13)¹


          Descendo Jesus e seus discípulos do monte Tabor, uma dúvida começou a inquietar Pedro, Tiago e João, acerca da exatidão das profecias relacionadas à volta do profeta Elias.
          Tendo eles presenciado o fenômeno da transfiguração poucos minutos antes [2], um conflito se estabeleceu: Se as antigas profecias predisseram que Elias viria antes do Messias, como Elias veio somente agora em espírito e conversou com Jesus acompanhado do espírito de Moisés? Será que ainda teremos que esperar outro messias ou os profetas erraram?  
          Incomodados com aquela dúvida resolveram externar para o mestre suas preocupações: “Por que dizem, então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?” Jesus, que perscrutava o íntimo das pessoas e conhecia  os seus pensamentos, provavelmente já esperava ser interrogado, então  prontamente elucidou a questão dizendo: “Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. - Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe  tudo o que quiseram.[3]”  
          Essa explicação é extremamente significativa, expressando sem rodeios a ideia da reencarnação. Ora, Jesus afirmou que o próprio “Elias já veio” e não alguém com os poderes dele, assim, se Elias havia precedido Jesus, o único que poderia estar à altura do antigo profeta era certamente João Batista, morto a mando do tetrarca Herodes.
          Contrariando o esperado pelos Judeus, o profeta não desceu do céu, mas reencarnou como João a fim de preparar o caminho para o messias, por isso, Jesus assevera: “não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram”.
         Em certa ocasião, quando João Batista ainda estava encarnado, Jesus havia dado uma pista a esse respeito:

          “Mas, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que um profeta; - porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. – porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. – E, se quereis dar credito, é este o Elias que havia de vir [4].”

          A preferência de João Batista por trajes semelhantes aos usados por Elias denunciava a sua missão e tambem a sua identidade espiritual. Possivelmente eram reminiscências, isto é, uma intuição do seu passado reencarnatório:

          “E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno dos seus lombos [5].”
          “E ele lhes disse: qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? – e eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita [6].”

          Diante de mais essa revelação do Mestre os discípulos não tiveram mais dúvidas e reconheceram que as profecias estavam corretas e que Jesus discorria a respeito de João Batista.


        

Jefferson Moura de Lemos








Referências:

[1] Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida. Ed. 1995 São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.
[2] Mateus 17: 1- 4
[3] Mateus 17: 10 - 12
[4] Mateus 11: 9,10, 13,14
[5] Mateus 3:4
[6] 2Reis 1: 7-8

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